Livre arbítrio tenho ou não tenho?

Eis a questão!
Passei a vida inteira batendo no peito e me orgulhando por ser eu a dona de mim e de todas as minhas escolhas, até virar gente grande e perceber que não é bem assim...
Uma coisa estranha e feia que responde pelo nome de Cérebro é quem é de fato o dono de mim e me controla como uma marionete, conforme as suas necessidades.
Espere aí, mas esse não seria eu mesma? Eu sei que vai parecer no mínimo bizarro, mas me sinto ás vezes como se carregasse um mestre dentro da minha caixa craniana que me diz quando devo sentir fome, sorrir, chorar e suprir as minhas necessidades de afeto, desejo... E pasmem essa coisinha tão menor que eu me faz até sentir dor quando eu mesma não escolheria jamais ter tal sensação.
A raiva é ter que admitir que esse “mestre folgado” Senhor Cérebro, se adianta até mesmo aos meus movimentos e não posso sequer ter o prazer de sentir a agradável sensação de fazer cócega em mim mesma. Que patético isso...
É... Eu não tenho mesmo livre arbítrio.

Lu M. Salles